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Rosângela Leffa
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by mariangela 16 years, 4 months ago
Aprendizagem
Tese |
Discordo |
Concordo |
Não consigo decidir |
Motivos |
O que mudou? |
1. Aprendizagem é o processo de interação entre os indivíduos e com o meio que provoca mudanças de comportamento, originando novas formas de pensar, agir, viver... |
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X
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É o conhecimento que resulta do processo de interação entre organismo e meio (e não a aprendizagem). A aprendizagem não envolve necessariamente mudança de comportamento(isso remete à relação estímulo-resposta), mas implica em construir sistemas de significação a partir da ação do sujeito sobre o objeto do conhecimento.
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Concordo. Aprender pressupõe 'conhecer'. Assim, o conhecimento é o que resulta dos processos de aprendizagem. E esta, por sua vez, implica a relação entre o sujeito e o meio, tomando-se o sujeito sempre como ativo nesta relação.
Na relação estímulo-resposta, dois elementos essenciais da aprendizagem ficam de fora: a ação do sujeito e a noção de estrutura.
aprendizagem sempre pressupõe um desequilíbrio inicial, que funciona como motivação para buscar o equilíbrio e, consequentemente, aprender . As mudanças (resultantes do processo de aprendizagem) não são necessariamente notórias, pode ser uma expressão do que acontece internamente, pode ainda haver apenas mudança de comportamento e não de concepções.
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2. Aprendizagem é um processo, inerente ao ser humano, capaz de promover o desenvolvimento e a aquisição de habilidades e competências; novas formas de vermos o mundo e agirmos nele; |
X
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Todas as pessoas possuem estruturas mentais que lhes permitem aprender, mas tais estruturas não estão programadas, elas são 'atualizadas'/construídas de acordo com as solicitações do meio*, o que torna as pessoas diferentes umas das outras com relação aos saberes que dominam. Não é a aprendizagem que promove o desenvolvimento, mas o desenvolvimento de um conjunto de estruturas mentais que permite ao sujeito construir o conhecimento. Há vários fatores que intervêm na questão do desenvolvimento, como: maturação, experiência, o meio social e a equilibração. |
* e conforme os interesses pessoais de cada um (relação com a afetividade - cada sujeitos reconhece aquilo que o motiva) |
3. Ampliação de nossas percepções, capacidades, entendimentos num movimento de construção-desconstrução; |
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X
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As situações de aprendizagem desenvolvem estruturas mentais mais complexas, o que nos permite passar de níveis elementares para níveis mais complexos em termos de conhecimento. Acredito que esse processo se dá sob a forma da construção (alcance de um equilíbrio) e da reconstrução (desequílibrio que tem como ponto de partida o conhecimento já assimilado)pois a construção do conhecimento se dá em termos de uma construção progressiva, em que o estágio anterior ajuda a alcançar estágios mais complexos.
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Com relação à primeira afirmação, é importante destacar que, para desenvolver estruturas mentais mais complexas, é preciso que o sujeito tenha alcançado um nível de desenvolvimento que lhe permita tal avanço.
Esse processo se dá num movimento contínuo de
desequilibração - equilibração. Esses termos são mais adequados para tratar da teoria.
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4. A interação com o ambiente nos vai acionando potencialidades. Tais potencialidades poderiam ser entendidas como inatas; |
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X
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Todos desenvolvem a capacidade de aprender, visto que possuem estruturas orgânicas que são a garantia dessa capacidade. Mas é importante destacar que, para Piaget, a noção de 'orgânico' supõe a noção de 'meio', já que as estruturas mentais, sendo orgânicas não são programadas, mas construídas conforme as solicitações do meio. Então, acho que a capacidade de aprender é inata (por questões biológicas) mas os resultados (aprendizagens) não são iguais. |
Mantenho o que disse antes e acrescento: Acho que 'potencialidades' não é um bom termo. A interação com o meio vai permitir ao sujeito desenvolver esquemas mentais cada vez mais complexos. |
5. Todo sujeito tem as mesmas condições e as mesmas potencialidades de desenvolvimento e aprendizagem; |
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X (em parte)
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Todos podem desenvolver estruturas mentais que permitam aos sujeitos aprender (desde que não apresentem lesões orgânicas). Mas a aprendizagem varia conforme as exigências do meio, as experiências vividas e o modo como o sujeito as compreende. |
Outro fator que faz variar os resultados do processo de aprendizagem é a relação com a afetividade. O sujeito desenvolve mais/melhor aquilo que lhe interessa e que, portanto, o motiva. O afeto não constrói estruturas, mas faz com que funcione. |
6. Envolve aspectos sociais, biológicos, cognitivos e de constituição do ego; |
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X
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Sim, a aprendizagem envolve aspectos sociais (relação com as pessoas, questões culturais,educação, etc.), biológicos (questões orgânicas) e aspectos cognitivos (desenvolvimento de estruturas mentais), mas quanto à constituição do ego não sei dizer se há uma relação com a aprendizagem. |
ainda não sei como pensar essa questão da constituição do ego. |
7. Acontece em função das necessidades; |
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X
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Acredito que sim, se considerarmos 'necessidade' como exigência do meio. |
Acontece em função das necessidades e dos interesses pessoais. |
8. Aprender é construir saberes, utilizáveis nas situações mais diversas da vida; |
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X
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Aprender é construir saberes que nos ajudem a compreender e explicar o meio em que vivemos. A expressão 'utilizáveis' remete à idéia de aplicação do conhecimento. Não acredito que todo conhecimento tenha que ter, necessariamente, uma aplicação prática. |
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9. É o saber da experiência, no sentido de Jorge Larrosa. É aquilo que transforma sua forma de agir, de pensar, seu modo de ser; |
X
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Acho que a aprendizagem parte da experiência, mas não se encerra aí, pois interessa não apenas vivenciar, mas organizar, estruturar e explicar a partir do vivido. |
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10. Aprendizagem é algo que precisa ser constantemente “provocada”, “incitada”; |
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X
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Acredito que sim, a aprendizagem se desenvolve a partir de uma motivação, mas penso que essa motivação não é um elemento externo, de fora, pois isso nos remeteria novamente à relação estímulo x resposta. |
Cada sujeito reconhece aquilo que o motiva. Mas aí fiquei pensando: por que, nós professores, nos preocupamos tanto em motivar para a aprendizagem se ela é interna?
Talvez para tornar mais agradável a aprendizagem de saberes que não nos interessam...ou para 'facilitar' a passagem de uma estrutura mais simples para uma mais complexa. (???)
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11. Aprendizagem é um processo de transformação do comportamento; |
X
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A mudança de comportamento não é condição sine qua non para a aprendizagem. |
já tratei dessa questão no item 1. |
12. Aprendizagem é o processo pelo qual a mente humana transforma sua capacidade de dar significado ao mundo; |
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X
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O processo de aprendizagem nos permite compreender o mundo que nos rodeia. Assim, nossas aprendizagens podem confirmar hipóteses que temos sobre determinado objeto de conhecimento como pode operar uma transformação com relação ao que acreditávamos. |
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13. Aprender significa mudar comportamentos, atitudes, construir novos esquemas.; |
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X
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Aprender significa desenvolver novos esquemas lógicos, cada vez mais complexos e abstratos, mas isso não implica necessariamente em mudança de comportamento e de atitudes. |
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14. Envolve conhecimento, habilidades, atitudes ou valores e a área afetivo-emocional. |
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X
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A aprendizagem se dá em diferentes níveis: do mais elementar ao mais abstrato e complexo, por essa razão envolve tanto o desenvolvimento de habilidades e valores, quanto questões afetivas - para se chegar à construção de conhecimentos. |
envolve aspectos biológicos também |
Desenvolvimento
Tese |
Discordo |
Concordo |
Não consigo decidir |
Motivos |
O que mudou? |
1. Desenvolvimento é o alargamento de conceitos e capacidades; |
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X
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Acho que desenvolvimento não envolve conceitos, pois conceitos estão ligados à construção de conhecimento. |
O desenvolvimento envolve etapas, estágios - cada um definido por uma forma própria de organização.
O desenvolvimento está ligado a questões biológicas, de maturação, mas também é por meio de situações de aprendizagem que os sujeitos se desenvolvem, somente se já tiverem alcançado um nível tal que lhe permite se apropriar de determinado conhecimento.
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2. Desenvolvimento é processo de mudanças sem comprometer sua capacidade evolutiva; |
X
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O desenvolvimento está ligado ao aspecto evolutivo do homem e é marcado por mudanças tanto orgânicas, quanto cognitivas e atitudinais, pois envolve não apenas maturação (aspecto biológico) como a experiência e a relação com o meio.
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3. Desenvolvimento significa modificações e novas formas de compreensão; |
X
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Desenvolvimento significa mudança, mas novas formas de compreensão decorrem do processo de construção do conhecimento. |
(acrescentando...) e os processos de construção do conhecimentos estão ligados aos estágios de desenvolvimento. Na verdade, o desenvolvimento possibilita a aprendizagem. |
4. O desenvolvimento é resultado das aprendizagens; |
X
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A noção de desenvolvimento implica em maturação biológica (além de outros fatores). Assim, podemos dizer que o desenvolvimento é algo natural, espontâneo, já a aprendizagem resulta da ação do sujeito sobre o objeto do conhecimento. |
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5. Desenvolvimento implica em mudanças seqüenciais que possibilitam a aprendizagem; |
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X
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Desenvolvimento implica em mudanças orgânicas e cognitivas que preparam o sujeito para novas aprendizagens, para aprendizagens mais complexas e abstratas. |
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6. O desenvolvimento possibilita a aprendizagem |
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X
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A cada novo estágio de desenvolvimento, o sujeito adquire mais condição de desenvolver novas aprendizagens. Por outro lado, novas aprendizagens também 'aceleram' o desenvolvimento de novas estruturas mentais. |
O sujeito consegue assimilar a partir dos esquemas já construídos, por isso que os estágios de desenvolvimento são importantes. Além disso, os estágios possuem uma organização própria e que é previsível (não pré-determinada), o que significa dizer que, embora possamos 'acelerar' o desenvolvimento ele se dará em idades semelhantes em todas as pessoas. |
7. O desenvolvimento é um processo gradual, resultante de estímulos, motivações e experiências, e que compreende crescimento, avanço, evolução (cognitivo, psicomotor, afetivo, físico); |
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X
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O desenvolvimento é um processo gradual, mas também natural e espontâneo, por isso me parece que todos se desenvolvem mesmo sem estímulo. Acredito, porém, que a experiência, as vivências, as relações pessoais podem 'ativar' nosso desenvolvimento. |
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8. O desenvolvimento cognitivo comporta uma série de estágios; |
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X
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Sim, a cada estágio o ser humano desenvolve esquemas mentais mais complexos que lhe permitem aprender e construir conhecimentos igualmente mais complexos. |
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9. Para que haja aprendizagem é necessário que o aprendiz tenha um determinado nível de desenvolvimento. Por outro lado, diz-se, também, que a aprendizagem influencia o desenvolvimento; |
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X
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Há determinadas aprendizagens que só são possíveis quando a pessoa atingiu um determinado estágio de desenvolvimento. Acredito que as aprendizagens podem 'acelerar' o desenvolvimento de novas estruturas mentais. |
Penso que acelerar o desenvolvimento de novas estruturas mentais é mais viável quando se trata do estágio formal, em que o sujeito é capaz de pensar abstratamente. Aí, a partir de seu interesse pessoal, de suas aprendizagens, etc... o sujeito pode desenvolver esquemas mentais cada vez mais complexos. |
10. Desenvolvimento é o processo de apropriação de diferentes habilidades, significa modificar comportamento. |
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X
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Desenvolvimento, a meu ver, implica em mudança de comportamento, mas acredito que a apropriação de diferentes habilidades está mais ligada à questão da aprendizagem. |
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1- Para iniciar, convidamos cada um a apresentar um quadro que mostre o “antes” (concepções anteriores ao trabalho) e o “depois” (concepções construídas no decorrer do trabalho), relativo a todas as teses sobre aprendizagem e desenvolvimento trabalhadas. Nas teses em que não houve mudança é só repetir.
Esta questão foi contemplada na própria tabela, em vermelho.
2- Sobre as mudanças apontadas no quadro construído anterirmente, vamos observar: o que mudou? que atividades favoreceram (ou não) as mudanças? como a mudança ocorreu?
A idéia é analisar, explicar as mudanças que ocorreram usando a própria teoria estudada, com foco no processo de equilibração (perturbação- desequilíbrio- equilíbrio majorante). Para tal, uma dica é pensar como as atividades a seguir influenciaram na desestabilização das certezas e reconstruções :
• elaboração das idéias para postagem no pbwiki (fase1),
• reelaboração dos quadros sobre aprendizagem e desenvolvimento
• leituras
• aulas expositivas dialogada (professora Rosane)
• troca de idéia com colegas, amigos
• etc...
Obs. o processo pode ser também considerado, de forma complementar, na dimensão afetiva.
Quando nos foi solicitado que fizéssemos a atividade da tabela com as teses sobre Aprendizagem e sobre Desenvolvimento, fiquei muito angustiada...entrei várias vezes na página e não escrevi nada...não sabia o que registrar. Fazia muito tempo que não lia alguma coisa sobre Piaget (desde os tempos da faculdade). Não resisti a vontade de buscar algum elemento para me ajudar, embora tenha compreendido que a atividade devesse ser feita a partir do conhecimento que já possuíamos. Então fiz a leitura de dois textos sobre o assunto: um estava disponível na página, e o outro, foi sugestão da prof. Rosane numa aula do Espead. Se antes de ler, eu já achava que não sabia muito...depois de ler, a coisa ficou pior. Criou-se uma verdadeira confusão na minha cabeça. Então, eu precisava organizar isso tudo. Comecei a destacar partes do texto que tinham relação com as coisas que eu acreditava. Isso funcionava, pra mim, como confirmação daquilo que eu sabia. Quando encontrava informações novas, inusitadas, anotava num papel à parte para reler depois. E assim fui me encontrando...mas dúvidas foram ficando. Preenchi a tabela mesmo assim. Realizar essa atividade me deu um certo alívio, pois senti que eu sabia mais do que antes. Porém, algumas questões persistiam e incomodavam. Até que, numa de nossas aulas do Espead, a prof. Rosane teceu riquíssimos comentários sobre a atividade que tínhamos realizado, e abriu espaço para discussões, questionamentos. Fiz meus questionamentos e esclareci as dúvidas que tinha, fiz várias anotações no meu caderno a partir do que a prof. Rosane falou. E o mais interessante (e que não saía da minha cabeça) era compreender a contradição que eu percebia entre a fala e o fazer da prof., pois ela dizia (e o curso de modo geral destaca tal idéia) que o conhecimento não se dava pela exposição, pela transmissão do conhecimento, mas, na sua aula - expositiva - era isso que eu via acontecer. Ao longo da discussão isso veio à tona e a prof. destacou que a transmissão só é possível (e proporciona aprendizagem) para o sujeito que se encontra no estágio formal, de modo que pensar junto com aquele que transmite é estar em ação. Gostei da colocação dela, pois eu me sentia aprendendo naquela situação, então, como acreditar que a transmissão não proporcionava aprendizagem. Claro que minhas dúvidas, minhas leituras, toda a construção inicial que fiz dos conceitos da teoria me motivaram a participar, a pensar junto, anotar, relacionar com o material lido. Foi somente a partir dessa aula presencial e da releitura dos textos que reelaborei a tabela, acrescentando e reformulando minhas observações. Pensando esse processo de aprendizagem a partir da teoria estudada, posso dizer que houve um movimento contínuo de perturbação - desequilibração - equilibração. A proposta da atividade (tabela das teses) representou pra mim um momento de desconforto que me fez buscar certo equilíbrio. Ao buscar esse equilíbrio na leitura dos textos, tive que reorganizar os esquemas que já tinha construído; na verdade, foi a partir deles que avancei na compreensão da teoria. Parti do que eu sabia (de um conhecimento constituído) tomado como hipótese para confirmar, desconstruir, aprofundar saberes. Tratava-se de um movimento constante de ida e vinda, de anotações, releituras. Essas estratégias que utilizei para me apropriar dos conceitos era o meu modo de agir sobre o objeto, para, assim, desenvolver estruturas mais complexas e abstratas e, consequentemente, aprender, me apropriar da teoria. Há, portanto, na aprendizagem, uma reconstrução de tudo o que foi desenvolvido no nível anterior (e que permitiu-me chegar a um nível superior). Depois da aula presencial, reli os registros que tinha feito e li novamente os textos para então rever as minhas dúvidas e reelaborar o quadro. E aí, temos, novamente, um movimento de perturbação - desequilibração - equilibração. Um aspecto que eu gostaria de destacar é, que, observando o meu modo particular de aprender, descobri que é somente a partir da escrita que consigo me apropriar dos conhecimentos. Nesse texto, tal estratégia está bastante presente, pois falo sobre os registros e anotações que fiz durante toda esta atividade. Numa aula expositiva, por exemplo, pra que eu me aproprie de alguma coisa, preciso anotar. Se eu não anotar nada (e não preciso nem reler, já não esqueço mais), em pouco tempo, tudo se perderá. Como professora, trabalhando produção de textos com os alunos, preciso ler os textos deles pra dizer qualquer coisa sobre o que escreveram e o engraçado é que muitos alunos chegam pra mim e dizem: oh sôra, vou ler pra ti o que escrevi, tá. Eu deixo ele ler e depois passo a mão na caderno pra 'ver' o texto, materializado no papel. É por essa razão que, ao ensinar, precisamos pensar em diferentes estratégias, pois as pessoas aprendem de modo diferente (Ihhh, talvez eu tenho encontrado aqui algumas pistas pra pensar a questão da motivação externa...).
3- Para finalizar, ainda que provisoriamente, cada um apresentará uma síntese das idéias atuais sobre a relação aprendizagem/desenvolvimento.
A primeira distinção que destaco entre desenvolvimento e aprendizagem - e que considero fundamental para compreender a relação entre esses conceitos - é que, enquanto o desenvolvimento se constitui como um processo espontâneo e está ligado, principalmente, a questões de ordem biológica e psicológica, a aprendizagem é provocada por situações em que o sujeito assume um papel ativo. Assim, é preciso que o sujeito desenvolva certas estruturas para que determinadas aprendizagens possam ocorrer. É por essa razão que dizemos que 'o desenvolvimento explica a aprendizagem'. As novas aprendizagens vão permitir uma reconstrução de tudo o que foi desenvolvido no nível anterior.
Há vários fatores que, em conjunto, interferem no processo de desenvolvimento dos sujeitos, a saber: a maturação, a experiência, a transmissão social e a equilibração. O primeiro envolve aspectos biológicos, de desenvolvimento do corpo, do sistema nervoso, etc.; o segundo, está ligado à relação do sujeito com o meio, ou seja, o modo como o sujeito atua sobre o objeto para apreendê-lo; o terceiro, envolve aspectos culturais, valores, educação, etc.; o último, trata da questão da auto-regulação, ou seja, o sujeito, ao se deparar com uma perturbação externa, buscará compensar tal desequilíbrio, visando alcançar novamente um nível de equilíbrio, porém, agora, mais avançado. Trata-se, na verdade, do processo de aprendizagem: perturbação - desequilibração - equilibração. É importante destacar que, para que haja aprendizagem, é necessário que haja determinadas estruturas, pois o estímulo produzirá respostas, mas somente por intermédio dessas estrutura. Assim, o sujeito toma como ponto de partida elementos que ele já domina, certezas que possui a partir de estruturas cognitivas que já desenvolveu para, então, alcançar níveis cada vez mais complexos e abstratos.
4- Considerando as aulas e trabalhos associados que possibilitaram uma reflexão mais focalizadas no que entendemos por desenvolvimento e aprendizagem,explorar as implicações para o trabalho de tutor com o aluno e definir estratégias cotidianas que possibilitem- facilitem a aprendizagem dos alunos.
Acredito que, é preciso, inicialmente, que o tutor conheça o nível de desenvolvimento dos alunos que acompanha. Ainda que todos se encontrem no estágio das operações formais, há diferentes gradações aí. Então, é preciso compreender o nível em que o aluno está para intervir, definir estratégias, metodologias, etc. a fim de fazê-lo avançar, possibilitando-lhe alcançar níveis mais complexos e abstratos. Para isso, considero imprescindível pensarmos o rendimento do aluno não em relação aos seus colegas, mas em relação ao seu próprio desenvolvimento (do aluno). É necessário que o tutor acompanhe o processo de desenvolvimento dos alunos, observando as superações, os avanços, as dificuldades, e agindo de modo a sempre intervir para criar o desconforto, o desequilíbrio, pois, incomodado, o aluno buscará o equilíbrio. Afinal, o tutor deve contribuir para a formação de estruturas cognitivas nos alunos.
Sendo assim, aprendizagem e desenvolvimento estão interligados, pois é preciso desenvolver certas estruturas para que a aprendizagem ocorra. É preciso, portanto, criar novas situações, e cada vez mais complexas, para que os alunos busquem alternativas para se adaptarem (cognitivamente) e alcancem níveis superiores de desenvolvimento. E mais: considerar o estágio de desenvolvimento dos alunos como ponto de partida implica considerar também as aprendizagens já construídas e as experiências de cada um. Assim, penso que, cabe ao tutor, desequilibrar idéias pré-concebidas, pois é a partir daí que se instaura a dúvida e se desperta o pensamento investigativo. Isso pode ser realizado por meio das intervenções e questionamentos do tutor quando da leitura das atividades dos alunos, provocando e estimulando-os a refletir sobre o que produzem, o que pensam, . É necessário também que o aluno se coloque como sujeito ativo e atuante nesse processo de construção do conhecimento. Trata-se, portanto, de um trabalho conjunto, de cooperação, de ações conjuntas. Para finalizar, destaco ainda a necessidade de definirmos estratégias variadas de aprendizagem, pois os alunos não aprendem todos da mesma maneira, o que reforça a necessidade de conhecermos cada aluno.
Rosângela Leffa
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Comments (1)
espead said
at 6:40 pm on Aug 19, 2008
Rosângela,
Parabéns pela meta - reflexão que realizaste com relação a tuas aprendizagens neste semestre. Certamente este esforço qualifica teu trabalho na tutoria.
Maria Martha
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